Recomendação da Semana - Blue is the Warmest Colour

Hoje trago-vos mais uma recomendação, desta vez um filme que causou muita polémica (ao ponto de não sair a sua continuação devido ao drama que gerou).

"O que poderá ser tão grave?" devem-se estar a perguntar. Sexo.

Sexo? Mas como pode isso ser um problema tão grande, de modo a gerar tanta indignação com um filme? Algo que milhares de pessoas pesquisam, famintas, para ver?

O problema é que o filme retrata uma relação lésbica e as cenas de sexo não são o que estamos habituados a ver em filmes, toda aquela encenação e caretas preparadas para ficar bem na câmara - nada disso! E, embora a nossa geração esteja um pouco melhor que umas quantas anteriores, há que reconhecer a quantidade elevada que ainda existe de cabecinhas fechadas numa caixa bem pequenina.

Claro que, assim como houve bastante indignação, também foi bastante adorado por muitas outras pessoas! (Não se ganha uma Palma de Outro no Festival Cannes assim à toa, certo?)

Dirigindo-me agora mais para o filme: Blue is the Warmest Color (ou, de título original, La Vie D'Àdele) é um drama/romance de 2013 dirigido por Abdellatif Kechiche. Recebeu 10 prémios encontrando-se, entre eles, a mencionada anteriormente Palma de Ouro.

O filme relata-nos as vivências de Àdele, uma rapariga de 15 anos que, recentemente, tinha descoberto a sua sexualidade. (Com esta descrição parece um romancezinho de terceira que bem podia fazer parte de uma novela, não é? Bem banal? Continuem a ler então).

O filme prende-nos desde o principio, desde o modo como é filmado, como o desenrolar da história, puxam-nos muito para o lugar de Àdele (admito que várias vezes dava por mim a sorrir ao vê-la feliz).
O que mais me chamou a atenção e um dos principais motivos para ter colocado este filme lá bem no topo das minhas preferências é mesmo a sua qualidade a nível de composição e edição. O filme não tem aquele ar de encenação, de teatralidade mas paira, sim, um amor intenso, uma enorme naturalidade em cada atitude e ação mundana, fazendo-nos sentir confortáveis a vê-lo, como se fizéssemos parte da história, como se pudéssemos ali estar de tão bem conseguir compreender as personagens e por agirem tão naturalmente. Outro aspeto bastante positivo é também a sua edição de cor e planeamento da mesma nos cenários e guarda roupa: O tom azulado. (Escusado será dizer porquê, não é?).

Quanto à polémica em redor das várias cenas de sexo que, no total, devem ocupar uns 20 minutos de filme (mais um dos motivos de críticas) eu, como já devem ter entendido, discordo completamente das críticas negativas que se ouvem sobre esta parte. Na minha opinião é uma das melhores cenas desse caráter que já vi em cinema, desde a sua naturalidade, o amor que transmite, os gestos simples e carinhosos e as "caretas" de quem não está a pensar se a boca aberta daquele modo fica mais sensual na televisão ou não. Enfim, tudo nessas cenas está bem composto e bastante natural, não sendo nenhum "incómodo" ver cerca de 10 minutos seguidos disso pois, até essas cenas, transmitem informações importantes para o desenrolar da história, seja um gesto ou um olhar.

Já o vi duas vezes e veria novamente, é um filme muito bem conseguido em todos os aspetos, desde a argumentação à imagem, principalmente se apreciarem um filme assim mais para o diferente.

Deixo-vos sem mais conversa que já a prolonguei demasiado até! (Mentira, no rascunho que fiz sobre este post tinha muita mais informação que decidi tirar para avaliarem por vocês mesmos resto do filme) mas desculpem lá o post enorme, mas que vale a pena o filme, vale!

E vocês? Já tinham visto o filme? Qual a vossa opinião sobre ele? E caso não o tenham visto, ficaram curiosos? Deixem nos comentários!

Beijinho grande.